sábado, 22 de setembro de 2012

não sei como nunca pensei nisso antes

estou cansada de tudo que escrevo
quero dizer que me canso de embelezar o pensamento
às vezes esqueço de vomitar
deixo virar mofo
aí perco um monte de poema, mofado
ás vezes penso em você e acho graça
acho você engraçado
mais ainda é pensar em você
não me esforço em entender
(as coisas são como são
e não é nossa culpa que sejam assim)
estou  finalmente lendo Maquiavel e aprendendo um pouco sobre
realismo
- se realismo é chato até na pintura, imagina na política
fato é que não gasto mais tanta energia
luto menos
estou lendo Gandhi também

mas fica tranquilo, quando eu penso
é sempre com carinho
e poucas vezes uma palavra se encaixa
tão bem
tento não me culpar por sentir tanto afeto
(a gente sabe o preço que as coisas tem)
quase sempre consigo

eu futuco demais as minhas emoções
como os relevos da pele que eu catuco
de maneira doentia futuco
até virar casquinha
pra tirar depois e
deixar sangrar
até virar casquinha de novo

lá no fundo achei uma inveja
parecia ciúme, (in)felizmente?, era
inveja
da sua quilometragem, e da bagagem aí no porta-malas
mesmo achando que você não aproveita nada disso
que você faz tudo errado
mas, sobretudo, da hipóteses
de você precisar
menos de mim do que eu de você

nada que me tire o sono
não me lembro a última vez que perdi o sono
só mais um relevo na pele
que eu catuco no chuveiro
ou no ônibus

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