quarta-feira, 10 de outubro de 2012

 moço lindo do badauê correndinho, balangando felicidade nesses campos de meu deus.
o olho esquerdo treme
- são os nervos, ele diz -
no ritmo descompassado com que se batuca no teclado
ou que se palpita um coração doente

tenho sonhos cheios de medo

enquanto me canso das pessoas tenho medo
que elas se cansem de mim
primeiro

     
(    Ah, bruta flor, bruta flor.  )


em dias como estes, quando se aprende a viver, é difícil lembrar de ser
vesti a roupa de manhã e esqueci de respirar, muitas vezes lavo os olhos antes mesmo que eles se abram por completo
também caminho sem olhar, quando os músicos entram no vagão do trem, finjo que não escuto.
pros poetas em frente a Biblioteca Nacional eu sempre digo não, depois sento no trabalho e escrevo poesia

deixo formar um vazio,
me pego no erro. a saudade nunca é falta que o outro faz, mas sim a que a gente deixar fazer


tenho medo de sonhar
cheia de culpa